A tenente comandante Natasha Yar é um dos personagens praticantes de aikido da nave estelar Enterprise da série Star Trek – New Generation. Durante a primeira temporada, a personagem da atriz Denise Crosby é a chefe de segurança da nave e reaparece em episódios mais recentes, como viajante do tempo ou na recordação de outros tripulantes.*


A Tasha Yar é uma mulher combativa, guerreira mas muito doce. Na série, ela é especialista em artes marciais, participa de campeonatos e, mais de uma vez, precisou utilizar suas habilidades para se defender ou à tripulação. Logo no quarto episódio, “Code of Honor” (no ar em 12 de outubro de 1987, segundo o Startrek.com), aparece aplicando um ryote tori kokyo nage em um visitante que tenta entregar um objeto ao capitão sem sua devida autorização. Em seguida, Tasha explica seu treinamento de aikido feito no “holodeck”, espécie de sala que produz projeções holográficas. Dá um pouco de dó de ver o uke cair de modo meio estranho no tatame fininho...





Aikido no holodeck



É curioso encontrar citações ao aikido na ficção, ainda mais numa série do final da década de 80, quando a arte era menos conhecida ainda, não? Se souber de outras e quiser ver aqui, fique à vontade para escrever um e-mail ou comentário.



*Não vou entrar em detalhes para não estragar a surpresa de quem ainda não conhece a história.

UPDATE: link para vídeos das cenas aqui e aqui



Na cultura japonesa, não se entra com sapatos em lugares como casas, provadores de lojas, templos e alguns dojos e restaurantes tradicionais. Nesses casos, há calçados do local (pantufas, chinelos) ou se caminha descalço mesmo. Todo praticante de aikido recebe a orientação para não pisar com calçados na área de tatame mas é comum, quando somos iniciantes, esquecermos da importância de não andar descalços também nos outros locais. Além de outras, há uma questão de ordem prática: ao se transitar do vestiário ao tatame, secretaria, ou para tomar água podemos levar a sujeira do chão ao local onde vamos treinar. Imagine deitar, cair e rolar numa área que que está cheia de pó e partículas da rua que vieram nos nossos pés... A recomendação então, é usar um chinelo comum sempre ao vir, sair e retornar ao tatame, e que deve ser deixado bem alinhado no local adequado. Eu tenho chinelos de borracha que moram na minha bolsa de treino e que só saem de lá para serem limpos em casa mas há quem prefira deixar os seus no dojo, nos casos em que isso é possível. Na dúvida, pergunte a um aluno mais antigo ou ao sensei.
Alguém que viveu a infância rodeada pelas pessoas em idade escolar da família só podia ter se tornado uma leitora compulsiva. Aprendi a ler aos cinco anos de idade e livros eram meus presentes mais comuns. Até hoje, mesmo com a existência das revistas eletrônicas, e-books, blogs e sites de notícias, ainda gosto muito de ler o texto impresso, seja na revista, jornal ou livro. A partir de hoje, haverá, aqui no blog, eventuais posts com resenhas de livros que possuo ou que me foram emprestados. Não se trata de avaliação formal, porque não sou crítica literária nem de conteúdo de aikido, mas de destaque de leituras interessantes e boas fontes de informação.



Imagem: divulgação


Logo que iniciei minha prática de Aikido, procurei livros que me ajudassem a entender a etiqueta do dojo e este foi o primeiro que comprei. O autor, Ernesto Cohn, que graduou-se faixa preta na academia do shihan Reishin Kawai, escreve de forma leve e simples sobre as dúvidas comuns aos iniciantes, como a postura adequada ao dirigir-se ao sensei, entrar e sair do tatame, sentar-se e até a aparência do dogi. Traz também o significado de vários termos utilizados rotineiramente no ambiente do aikido, descrição de alguns tipos de rolamentos e movimentações, mas a parte mais saborosa do livro é, sem dúvida, o relato de suas experiências pessoais no dojo de seu mestre e no Hombu Dojo, onde treinou em 1998.

Na última parte, o livro traz ilustrações das principais técnicas básicas. Aliás, essas ilustrações - de Antonio Ezequiel de Sousa Neto (Ezê) - sempre me agradaram pois, além de bonitas, são umas das poucas que representam aikidocas negros e mulheres. O projeto gráfico, bem limpo e agradável de ler, é de Marcos Araújo. No site da editora (Escrituras) o título, na 3a. edição, está esgotado mas é possível encontra-lo nas principais livrarias virtuais (como Submarino, Fnac, Cultura, Americanas.com e outras) e sebos por preços que variam de R$ 20,00 a 35,00. Boa leitura!



"Mais do que simplesmente uma arte marcial, o Aikido é uma concepção de mundo na qual "o aprimoramento técnico serve ao propósito da evolução pessoal, do aumento da disciplina e da autoconfiança". As origens do Aikido estão em técnicas tradicionais, vindas de experiências de lutas datando de muitos séculos no Oriente. Mas sua prática foi formalizada na década de 1930 e sintetiza a mudança de pensamento que ocorreu nas artes marciais no início do século XX: não se trata apenas de executar os movimentos da luta segundo a melhor técnica, mas obedecer e acreditar em toda uma filosofia sobre a vida e as ações pessoais. Por essa razão, uma das características do Aikido é a ausência de competição. Como afirma o criador da arte, mestre Ueshiba, "o praticante do Aikido deve ser um guerreiro da paz"."
Texto: resenha da editora

  • Título: Aikido - técnica e filosofia
  • Autor: Ernesto Cohn
  • Ano: 2001
  • ISBN 10: 8586303976
  • ISBN 13: 9788586303975
  • Edição: 3ª
  • Páginas: 132
  • Formato: 20,5x20,5x1,1
A expressão onegaishimasu é uma das que mais repetimos num treino de aikido e, por isso mesmo, dá nome ao nosso blog. É dita sempre que desejamos algo, seja no início do treino, quando o sensei termina de dar instruções ou antes da prática com o parceiro. Apesar de traduzirmos simplesmente como por favor, tem conotações muito mais profundas e é utilizada em vários outros momentos.

Em um ótimo artigo publicado no AikiWeb, J. Akiyama explica que a pronúncia correta é com a última sílaba su como em mas (adaptação minha), e que a frase é composta basicamente de três partes: shimasu do verbo "suru" (significa fazer), negai do verbo "negau" (significa orar por algo ou desejar algo). Embora o o inicial não possa ser suprimido, sua função é tornar a expressão mais polida.

Japanese, greeting, Japanese calligraphy, onegaishimasu,




(vi aqui)

Onegaishimasu também pode ser utilizado para solicitaçoes comuns diversas, substituindo a expressão kudasai por exemplo, como em "passe o sal, por favor", mas sua essência é de desejo de que algo de bom resulte do que está por vir, uma expressão sincera de boa vontade. Assim, quando eu me inclino e digo onegaishimasu ao meu colega ou ao sensei, o sentimento é "espero que nosso treino traga boas coisas para nós" ou "por favor, vamos treinar juntos, estou pronto para aprender com você".



Este é um blog pessoal sobre aikido, a rotina do praticante e do dojo de aikido, as dúvidas e curiosidades. Se você chegou até aqui, é porque quer conhecer esta arte marcial, tem simpatia por ela, já pratica ou seu buscador ficou maluco. Seja qual for seu motivo, leia, comente, pergunte... e seja bem-vindo!